quinta-feira, 16 de agosto de 2012

É hora dos estudantes da UESPI mostrarem sua força Ir à luta, junto com os professores, em defesa da universidade




No começo do ano, as escolas estaduais do Piauí passaram por uma forte greve que tingiu praticamente todas as cidades do estado. Foram mais de dois meses de uma paralisação e de uma intransigência constante do governador Wilson Martins (PSB), que se negava a negociar e apresentar uma proposta que atendesse às necessidades da categoria.
Mais recentemente, no mês de maio, os professores federais iniciaram uma greve que hoje já atinge quase 90% das instituições federais de ensino superior do país e conta ainda com o apoio dos estudantes, que se organizam em um Comando Nacional de Greve Estudantil - CNGE, com quase 40 instituições em greve estudantil.
Essa semana os professores da UESPI ratificaram o inicio da greve por tempo indeterminado e rejeitaram por ampla maioria a proposta do governo, que promete para este ano um reajuste escalonado de apenas 10%, divididos em duas parcelas. Os docentes reivindicam o piso estabelecido pelo DIEESE (R$2300) ou no mínimo um reajuste de 37%, como proposta feita anteriormente pelo governo.
Assim, o segundo semestre de 2012 já inicia com uma greve que aponta ser uma das maiores da instituição, ao mesmo tempo em que 39 categorias do funcionalismo público federal também deflagraram greve. Todos esses exemplos demonstram o descontentamento dessas categorias com os governos, tanto em nível estadual quanto federal.
Nas escolas e universidades, essas greves são reflexos da falta de prioridade dos governos com a educação. Hoje é investido menos de 5 % do PIB (toda a riqueza produzida pelo país) na educação, enquanto 47% são destinados para o pagamento da divida pública, para os grandes banqueiros nacionais e internacionais.
Na UESPI, desde 2010 estudantes e professores travam uma forte campanha em defesa da universidade - Campanha SOSUESPI –, que trouxeram grandes conquistas para a instituição. Entretanto, a condição de trabalho dos docentes e nossas condições estruturais para uma educação pública de qualidade ainda estão bastante comprometidas. No interior a falta de estrutura e qualificação profissional dos docentes é um grande problema. Em algumas cidades a universidade acaba funcionando como um grande escolão onde, sem incentivo à pesquisa e extensão, os estudantes acabam não usufruindo do tripé básico da universidade e têm apenas o ensino como possibilidade de formação.
É importante perceber isso para entendermos o cenário onde essa greve se instaura. Um cenário de descaso com a educação pública e de condições precárias de estrutura, ensino e condições de trabalho aos docentes. Por isso é fundamental que os estudantes da UESPI, assim como os estudantes das instituições federais, estejam na construção dessa greve, não só apoiando os professores, mas também deflagrando greve, apresentando suas próprias pautas de reivindicação.
A ANEL (Assembléia Nacional de Estudantes – Livre), entidade nacional de representação estudantil, que surgiu em 2009, como uma alternativa à União Nacional dos Estudantes – UNE, que há quase duas décadas vem colocando de encontro às reivindicações estudantis e apoiando os projetos do governo, apoia esta greve, mas também acredita que tão importante quanto apoiar a greve é construirmos, de forma conjunta e democrática, as pautas de reivindicação estudantil.
Por isso neste momento de Greve deflagrada em vários campi da UESPI, nós defendemos e propomos que os estudantes realizem assembleias para deflagração da greve discente e criação de um COMANDO ESTADUAL DE GREVE ESTUDANTIL, que tenha como base o CNGE dos estudantes das instituições federais. Este deve ser um organismo especial de condução da greve na UESPI, funcionando de modo independente, sem o financiamento de empresas, governos e reitorias, com representantes eleitos em assembléias estudantis e que todos os campi apontem suas demandas especificas. Deve ser um espaço aberto e amplamente democrático, de modo que possamos juntar nossas pautas e construir uma greve unificada em todo o estado.


Comissão Executiva Estadual da ANEL

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