O reitor da UESPI, Carlos Alberto (PT), está apressado pra aprovar o novo ENEM, aproveitando ainda o período de férias para evitar o embate com a comunidade acadêmica. Infelizmente, por falta de argumentos que convençam a necessidade da Universidade Estadual do Piauí aderir ao SISU (Sistema de Seleção Unificada), o reitor apela para a promessa do repasse de verba do Governo Federal a cada mil vagas ofertadas.
Essa situação demonstra claramente na prática a gravidade da falta de Autonomia Universitária (financeira e administrativa) da nossa instituição. O corte de investimentos públicos para a Educação Superior Pública é mais do que descaso, vai além do interesse de sucatear a universidade, está também ligado diretamente a tática do Governo Federal de submeter as instituições de ensino superior as políticas de contrarreforma, em troca de migalhas.

Sabemos que a decisão será tomada pelo Conselho Universitário (CONSUN). No entanto é o reitor quem controla a decisão do CONSUN, tendo como membros o reitor, o vice-reitor, todos os pró-reitores, os diretores de Centro, um representante do Conselho Estadual de Educação e apenas um representante do sindicato dos professores, um do sindicato dos técnicos e estudantes. Portanto, as votações do conselho não refletem os reais interesses da comunidade acadêmica, que deveria ter autonomia para decidir o que é melhor para nossa instituição.
Porque a ANEL é contra o Novo ENEM
Está em todos os noticiários: 45% das vagas após a seleção através do novo ENEM estão ociosas. Há casos escandalosos como o da Universidade Federal de Pelotas na qual 82% das vagas na faculdade de direito não estão preenchidas. A Universidade Federal do Mato Grosso,começou as aulas com 2.482 vagas ainda vazias. Só no curso de enfermagem desta instituição, 207, das 265 vagas, não foram preenchidas.
No ano passado, as questões vazaram e o adiamento da prova provocou mobilizações estudantis nas ruas e nos conselhos universitários. O Novo ENEM foi alardeado pelo governo como o fim do vestibular. No entanto, não significou qualquer democratização do acesso. A concorrência é ainda mais agressiva e desigual. Os alunos de todos os estados com melhores condições financeiras irão para as melhores Universidades do país, restando aos demais os cursos mais distantes de casa, fora de sua preferência ou até o não ingresso na Universidade.

É preciso mais investimento para a UESPI, que se encontra numa situação calamitosa, com seus cursos abandonados pelo Estado. Por isso, ano passado, realizamos um plebiscito que arrecadou milhares de assinaturas defendendo 5% do orçamento Estadual para a UESPI.
Os estudantes, professores e servidores devem ser protagonistas na escolha dos rumos da universidade. Na UESPI, no início do ano, o Conselho Universitário (CONSUN), que conta com apenas duas representações estudantis, iria decidir pela adesão ou não ao novo ENEM. Foi a mobilização dos estudantes, com a ocupação da reitoria, que evitou a decisão sem consulta nenhuma à comunidade acadêmica.
A decisão foi adiada, e, agora, o reitor quer reunir o CONSUN para decidir sobre o NOVO ENEM no período de férias, sem realizar qualquer debate. Vamos tentar adiar a votação e mobilizar os estudantes contra esse sistema de seleção excludente.
Fiquemos atentos, vamos nos mobilizar e ir a reitoria dizer não ao NOVO ENEM! Queremos mais investimentos para a UESPI e uma política efetiva de assistência estudantil: moradia, bolsas e Restaurante Universitário para que todos possam estudar!
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