Desde 15 de
março os professores da UESPI buscavam uma negociação com o Governo do Estado
tentando debater, democraticamente, a questão salarial e todas as pautas da
Campanha SOSUESPI. Foram mais de dois meses de inúmeros documentos enviados
solicitando reuniões, que não se reverteram em nenhuma resposta objetiva por
parte do governo.
Foto: Clube |
A Greve
Sem respostas,
a Greve foi deflagrada no dia 24 de Maio e inicio no dia 28. As equipes de mobilização passaram por todos
os campi da capital explicando os motivos da greve para os professores que
ainda não tinha aderido e nos, estudantes, passamos conversando com os demais
estudantes sobre os motivos pelo qual nos devemos apoiar os professores nessa
greve.
Foram feitos
espaços de debates no Clovis Moura, na FACIME e no Torquato. E reconhecendo a
força que o movimento de docentes e estudantes da UESPI tem e a potencialidade
que ele tinha de crescer ainda mais, o Governador Wilson Martins, como nunca
havia feito antes, solicitou uma reunião com o comando de greve, dois após o
inicio da Greve e apresentou umas seria de propostas.
As negociações
Logo no
primeiro ponto da reunião, o Governador mostrou sua face intransigente e
autoritária, dizendo que naquela reunião nem se tocaria na questão da autonomia
financeira. Entretanto, ainda assim, foi possível manter um dialogo com relação
as outras questões.
O comando de
greve colocou em cheque o novo comodelo de organização da UESPI, como base em
um projeto de Territorialização, que iriam rebaixar, por exemplo, os Campi da
FACIME e do Clovis Moura, para centros do campus Torquato Neto. O Comando
reafirmou ainda a forma antidemocrática como essa proposta foi apresentada,
indo primeiro ao Conselho Estadual de Educação e depois chegando à mãos da
Comunidade Universitária, não passando sequer por discussão no Conselho
Universitário. Foi colocando ainda a necessidade urgente de um Restaurante
Universitário, assim com as melhorias das condições dos laboratórios, o aumento
do acervo de livros nas bibliotecas, a nomeação dos classificados no concurso
para professores efetivos e a questão do reajuste salarial dos docentes.
O Governador
Wilson Martins, se comprometeu em não assinar nada a respeito da Territorialização
da UESPI, antes que fosse feito uma ampla discussão com a comunidade acadêmica.
Apontou ainda algumas promessas relativas ao incremento de investimento na
universidade, segundo o governador, o Piauí tem um montante de 700 milhões de
reais disponíveis para investimento em estruturas do estado e parte desse
dinheiro deve ser investido na UESPI. Afirmou ainda que já existem verbas para
a melhoria dos laboratórios e da biblioteca e segundo o Reitor, também já
existe uma verba liberada para a construção do restaurante universitário que
deve ficar pronto no segundo semestre. Sobre a questão salarial não houve
muitos avanços, apenas o estudo de uma possibilidade de reajuste que se
equipare ao piso dos professores do Ceará, cerca de 1400 reais, o que
corresponde a 38% de reajuste.
De todas a
propostas apresentadas, a mais relevante é a possibilidade de estudantes e
professores montarem uma comissão de trabalho que vai acompanhar de perto todas
as promessas de mais investimento e melhorias na universidade. Essa comissão já
foi formada e deve se reunir o quanto antes. Os estudante irão tirar seus
representantes na próxima reunião com Estudantes e C.As da UESPI, na
Terça-Feira, dia 5 de junho, às 17horas, no Auditório Central da UESPI (Campus
Torquato Neto)
Greve não é princípio, greve é tática!
Tento bem
claro que a greve era um reflexo de uma serie de mobilizações em defesa da
UESPI, que as reivindicação principais são frutos de quase 2 anos de debates em
torno das melhorias das condições estruturais e de funcionamento da
universidade, o objetivo da greve era ampliar o que estava sendo debatido no
interior da universidade, era pressionar e forçar uma negociação, era mostrar ao
governo que sua intransigência não iria calar a boca dos professores e estudantes
da UESPI, era ampliar a possibilidade de solução de alguns problemas.
Por isso, a
greve cumpriu seu objetivo. Mesmo curta, foi fundamental para algumas
respostas. Sem a greve, talvez hoje o Campus Clovis Moura e FACIME já teriam
sido rebaixados para Centros, sem a greve essas possibilidades de melhorias,
que são pequenas, mas já representam um avanço, nem existiriam e o governo nem
sequer teria parado para conversar com a categoria.
O princípio
básico é melhoria da Universidade, é ter uma educação verdadeiramente pública,
gratuita e de qualidade. A tática, ou seja, os métodos que vamos utilizar para manter nosso principio vivo, varia de acordo com o momento. Neste
momento, a greve era necessária e foi fundamental. E mostrou o quando o governo
tem medo das mobilizações dos estudantes e professores da UESPI.
A greve foi
suspensa, mas manteve o principio vivo. Paralisados ou não, o objetivo agora é
pressionar para que essas promessas saiam do papel, caso contrário o governo
vai ter que lhe dar com mais uma greve.
#SOSUESPI |
Nenhuma confiança no Governo Wilson
Martins.
Foram varias
promessas, que desde maiores investimento à melhorias salário e melhores
condições de permanência dos estudantes na universidade. Entretanto, não há
como confiar em um governo que permite que os estudantes da educação básica
passem mais de 2 meses sem aula por que não queria cumprir uma Lei Federal de
reajuste Salarial dos professores, não há como confiar em um governo que nomeia
sua própria esposa para gerir as contas do estado, muito menos se pode confiar
em um Governo que já disse abertamente que a UESPI não é prioridade.
Por isso, a
única ferramenta que vai garantir que essas promessas sejam cumpridas é a nossa
mobilização permanente, nossa força de pressão política frente ao governo. Por
isso é importante fortalecer essa comissão de negociação, fiscalizar e
pressionar insistentemente, com atos e mobilizações, para que os investimentos sejam feitos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário