terça-feira, 5 de junho de 2012

Professores da UESPI em estado de Greve. Assembleia Geral dia 13 de Junho


Desde 15 de março os professores da UESPI buscavam uma negociação com o Governo do Estado tentando debater, democraticamente, a questão salarial e todas as pautas da Campanha SOSUESPI. Foram mais de dois meses de inúmeros documentos enviados solicitando reuniões, que não se reverteram em nenhuma resposta objetiva por parte do governo.


Foto: Clube

A Greve

Sem respostas, a Greve foi deflagrada no dia 24 de Maio e inicio no dia 28.  As equipes de mobilização passaram por todos os campi da capital explicando os motivos da greve para os professores que ainda não tinha aderido e nos, estudantes, passamos conversando com os demais estudantes sobre os motivos pelo qual nos devemos apoiar os professores nessa greve.
Foram feitos espaços de debates no Clovis Moura, na FACIME e no Torquato. E reconhecendo a força que o movimento de docentes e estudantes da UESPI tem e a potencialidade que ele tinha de crescer ainda mais, o Governador Wilson Martins, como nunca havia feito antes, solicitou uma reunião com o comando de greve, dois após o inicio da Greve e apresentou umas seria de propostas.

As negociações

Logo no primeiro ponto da reunião, o Governador mostrou sua face intransigente e autoritária, dizendo que naquela reunião nem se tocaria na questão da autonomia financeira. Entretanto, ainda assim, foi possível manter um dialogo com relação as outras questões.
O comando de greve colocou em cheque o novo comodelo de organização da UESPI, como base em um projeto de Territorialização, que iriam rebaixar, por exemplo, os Campi da FACIME e do Clovis Moura, para centros do campus Torquato Neto. O Comando reafirmou ainda a forma antidemocrática como essa proposta foi apresentada, indo primeiro ao Conselho Estadual de Educação e depois chegando à mãos da Comunidade Universitária, não passando sequer por discussão no Conselho Universitário. Foi colocando ainda a necessidade urgente de um Restaurante Universitário, assim com as melhorias das condições dos laboratórios, o aumento do acervo de livros nas bibliotecas, a nomeação dos classificados no concurso para professores efetivos e a questão do reajuste salarial dos docentes.
O Governador Wilson Martins, se comprometeu em não assinar nada a respeito da Territorialização da UESPI, antes que fosse feito uma ampla discussão com a comunidade acadêmica. Apontou ainda algumas promessas relativas ao incremento de investimento na universidade, segundo o governador, o Piauí tem um montante de 700 milhões de reais disponíveis para investimento em estruturas do estado e parte desse dinheiro deve ser investido na UESPI. Afirmou ainda que já existem verbas para a melhoria dos laboratórios e da biblioteca e segundo o Reitor, também já existe uma verba liberada para a construção do restaurante universitário que deve ficar pronto no segundo semestre. Sobre a questão salarial não houve muitos avanços, apenas o estudo de uma possibilidade de reajuste que se equipare ao piso dos professores do Ceará, cerca de 1400 reais, o que corresponde a 38% de reajuste.
De todas a propostas apresentadas, a mais relevante é a possibilidade de estudantes e professores montarem uma comissão de trabalho que vai acompanhar de perto todas as promessas de mais investimento e melhorias na universidade. Essa comissão já foi formada e deve se reunir o quanto antes. Os estudante irão tirar seus representantes na próxima reunião com Estudantes e C.As da UESPI, na Terça-Feira, dia 5 de junho, às 17horas, no Auditório Central da UESPI (Campus Torquato Neto)

Greve não é princípio, greve é tática!

Tento bem claro que a greve era um reflexo de uma serie de mobilizações em defesa da UESPI, que as reivindicação principais são frutos de quase 2 anos de debates em torno das melhorias das condições estruturais e de funcionamento da universidade, o objetivo da greve era ampliar o que estava sendo debatido no interior da universidade, era pressionar e forçar uma negociação, era mostrar ao governo que sua intransigência não iria calar a boca dos professores e estudantes da UESPI, era ampliar a possibilidade de solução de alguns problemas.
Por isso, a greve cumpriu seu objetivo. Mesmo curta, foi fundamental para algumas respostas. Sem a greve, talvez hoje o Campus Clovis Moura e FACIME já teriam sido rebaixados para Centros, sem a greve essas possibilidades de melhorias, que são pequenas, mas já representam um avanço, nem existiriam e o governo nem sequer teria parado para conversar com a categoria.
O princípio básico é melhoria da Universidade, é ter uma educação verdadeiramente pública, gratuita e de qualidade. A tática, ou seja, os métodos que vamos utilizar para manter nosso principio vivo, varia de acordo com o momento. Neste momento, a greve era necessária e foi fundamental. E mostrou o quando o governo tem medo das mobilizações dos estudantes e professores da UESPI.
A greve foi suspensa, mas manteve o principio vivo. Paralisados ou não, o objetivo agora é pressionar para que essas promessas saiam do papel, caso contrário o governo vai ter que lhe dar com mais uma greve.

#SOSUESPI


Nenhuma confiança no Governo Wilson Martins.

Foram varias promessas, que desde maiores investimento à melhorias salário e melhores condições de permanência dos estudantes na universidade. Entretanto, não há como confiar em um governo que permite que os estudantes da educação básica passem mais de 2 meses sem aula por que não queria cumprir uma Lei Federal de reajuste Salarial dos professores, não há como confiar em um governo que nomeia sua própria esposa para gerir as contas do estado, muito menos se pode confiar em um Governo que já disse abertamente que a UESPI não é prioridade.
Por isso, a única ferramenta que vai garantir que essas promessas sejam cumpridas é a nossa mobilização permanente, nossa força de pressão política frente ao governo. Por isso é importante fortalecer essa comissão de negociação, fiscalizar e pressionar insistentemente, com atos e mobilizações, para que os investimentos sejam feitos. 

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